Os Oceanos – Recursos Louváveis

Os alunos realizaram um video sobre o tema Mar e as suas potencialidades, bem como os seus problemas como a poluição das areias e das águas. Com este trabalho procuram interagir com a comunidade escolar através de uma campanha de sensibilização que se foca sobretudo na adoção de comportamentos sustentáveis e na proteção dos ecossistemas marinhos. Através desta campanha e ao complementá-la com o vídeo, sensibilizando os alunos sobre este tema, pretendemos mudar a sua forma de agir, bem como providenciar a devida informação para que isso seja possível.

Os oceanos e os mares representam 97% de toda a água existente no nosso planeta. A sua existência permitiu a vida na Terra, há cerca de 4 biliões e meio de anos. Hoje em dia, são indispensáveis, quer para todos os seres vivos, quer para os seres humanos. São uma fonte de alimentos e de medicamentos, de energia e de recursos vivos – neles existem uma rica fauna e flora, fundamentais para a estrutura do planeta. Além disso, estão presentes nas atividades piscatórias e são pólos de atração turística, o que é muito importante para o nosso país.
A Oceanografia, também conhecida como Ciências do Mar, é a responsável pelo estudo dos oceanos e zonas costeiras, desde a sua descrição física até à interpretação dos fenómenos que neles ocorrem.
Como sabem, há cinco oceanos. Comecemos pelo maior deles todos –– o Pacífico – 165.250.000 quilómetros quadrados que separa a Ásia e Oceânia do continente americano. De seguida, o oceano que banha Portugal – o Atlântico – 106.400.000 quilómetros quadrados. Temos também o Índico, localizado entre a África, Ásia, Oceânia e Antártica – 70.560.000 quilómetros quadrados, e o Oceano Glacial Ártico – 14.056.000 quilómetros quadrados que se encontra no Pólo Norte, e o Glacial Antártico, com 20.330.000 quilómetros quadrados no Pólo Sul.
Passando agora para Portugal, é devido à sua localização geográfica que, desde a antiguidade, é considerado uma ponte entre os continentes europeu, africano e americano. Portugal pode assim beneficiar em termos económicos e sociais desta dádiva oferecida pela Mãe Natureza. O mar, para além de constituir uma fonte de rendimento para o nosso país, é também um espaço de cultura, um espaço de lazer e um impulsionador do turismo. A nossa linha de costa é, de facto, magnifica. Portugal continental apresenta um litoral repartido pelas faixas ocidental e meridional. A sua costa tem cerca de 940 km, o que, aliado aos 670 km dos Açores e aos 250 km da Madeira, fazem um total de, aproximadamente, 1860 km de costa portuguesa.
O litoral de Portugal Continental é, no geral, retilíneo, revelando algumas particularidades designadas “acidentes de costa”. Como principais acidentes de costa temos a Ria de Aveiro, a Ria Formosa, o Tômbolo de Peniche e a Concha de S. Marinho do Porto.
A Ria de Aveiro e a Ria Formosa, esta também conhecida como Lido de Faro, constituem duas lagunas semelhantes formadas pela acumulação de sedimentos trazidos pelo mar e pelos cursos de água que aqui desaguam.
O Tômbolo de Peniche formado pela acumulação de sedimentos, o que permitiu ligar uma antiga ilha ao território continental.
No distrito de Leiria, encontramos um abrigo natural com grande tradição náutica designado pela Concha de S. Martinho do Porto e, finalmente, temos os famosos estuários do nosso país, situados na foz do rio Tejo e do rio Sado.
O impacte do Mar no nosso país é, assim, notório, desempenhando a atividade piscícola um papel importante. Este setor é vital para Portugal, pois minimiza o desastroso desequilíbrio da balança alimentar, e, para além disso, tem efeitos multiplicadores que originam outras atividades, como a indústria de transformação de pescado e o turismo ligado à restauração. Os principais portos de pesca em Portugal onde existem as maiores desembarcações de pescado localizam-se em Matosinhos e em Peniche, rondando os 30 milhares de toneladas, sendo a sardinha e a cavala as espécies mais pescadas pela frota portuguesa. No entanto, a atividade piscatória excessiva tem-se revelado uma ameaça para as espécies piscícolas não só a nível nacional. Numa perspetiva global, temos uma capacidade de pesca suficiente para sustentar quatro vezes mais do que o nosso planeta precisa.
As frotas de pesca são duas a três vezes mais largas do que é necessário para se ter uma quantidade diária ideal de pescado e de outras espécies marinhas e, estão, neste momento, a estender as suas redes às profundezas do oceano. Nestas águas, a vida avança a um ritmo diferente. Os recifes de coral demoram milhares de anos a formarem-se e alguns dos peixes que aqui vivem chegam a atingir os duzentos anos. No entanto, os arrastões lançam à água redes do tamanho de campos de futebol e estas são arrastadas, esmagando e destruindo estes ecossistemas, extremamente ricos e únicos. Muitas espécies têm sofrido uma diminuição das suas populações, atingindo já o limiar de extinção.
No entanto, não é apenas a pesca excessiva que coloca em risco a vida destas espécies. A poluição dos oceanos e mares é igualmente responsável pela erosão dos seus habitats. É caracterizada pela presença de lixos sólidos e poluentes líquidos, originados pela atividade humana. Não é só a vida marinha que é prejudicada, como também nós próprios ao consumirmos peixe contaminado.
A 20 abril de 2010 ocorreu um dos maiores derrames de petróleo da história no golfo do México. O equivalente a 4,1 milhões de barris de petróleo acabaram no mar, a um ritmo estimado de 62 mil barris por dia, matando milhares de espécies como os cachalotes e os golfinhos, o que foi catastrófico para o nosso meio ambiente.
Para além disso, a quantidade de plástico presente nos oceanos é de, atualmente, 8 milhões de toneladas. A maioria deste plástico é proveniente de países economicamente emergentes, como a China, cujo objetivo é continuar a crescer para melhorar a qualidade de vida da sua população.
Todavia, não podemos ficar de braços cruzados. Não podemos permitir que estes recursos, vitais para o nosso planeta, sejam destruídos. Recicla sempre que possível e não contamines a tua praia. Ao fazê-lo, estás a contribuir para a redução dos milhares de toneladas de resíduos sólidos presentes nos oceanos.
Quando fores às compras ou jantar fora, ajuda a reduzir a sobre-exploração das espécies marinhas optando pela compra ou consumo de espécies saudáveis sustentáveis e não adquiras espécies que estejam em perigo de extinção. Informa-te junto de instituições defensoras do meio ambiente como a Greenpeace Portugal e a Bandeira Azul para saberes mais acerca da proteção e preservação dos oceanos.
Muitas empresas já estão a adotar medidas para proteger estes ecossistemas marinhos, por isso, junta-te a esta causa. Se já conheces algumas destas medidas e as praticas, partilha esse conhecimento e inspira as pessoas à tua volta.
Assim, estarás a contribuir para que a tua comunidade e o teu planeta sejam mais saudáveis e a Mãe-Natureza agradece!