José Cerdeira: 83 anos de histórias para contar, 30 anos dedicados à manutenção da tradição da região

É na pequena povoação de Casalinho de Baixo que José Cerdeira de 83 anos, se dedica ao cultivo da terra e da tradição da região. Este artesão recria diversos engenhos tradicionais utilizados na agricultura dando um importante contributo para as feiras de artesanato e para uma das tradições mais festivos das aldeias portuguesas: o Entrudo.

Fig 1. Oficina de trabalho do artesão José Cerdeira.

O artesão José Cerdeira com mais de 30 anos de experiência utiliza vários materiais locais como a madeira, metal e a cortiça, para construir engenhos tradicionais portugueses como por exemplo a roda de água e a nora. Para além disso, constrói também máscaras tradicionais, utilizadas no Entrudo de Góis.
Neste hábito, passado de geração em geração, a cara cobre-se com máscaras e vestem-se roupas antigas trocando-se muitas vezes a forma de as vestir. As pessoas depois de mascaradas, percorrem as aldeias vizinhas e cantam quadras repletas de mexericos sobre os habitantes, recolhidos ao longo do ano.Há muitas décadas que existe a tradição do “Entrudo”, nacionalmente conhecido como Carnaval, associado frequentemente ao Brasil.
O custo das máscaras varia consoante a complexidade das mesmas, rondando os 10€. Salienta que tem sempre encomendas e que por vezes tem de “roubar cortiça” para as concluir.José Cerdeira é admirado por todos na aldeia, pois contribui para a manutenção desta tradição do concelho, através das máscaras de cortiça e está atualmente associado à instituição “Lousitânea, contribuindo para a divulgação deste artesanato. O interesse por esta arte foi espontâneo e afirma que não é para qualquer um, mas sim para quem nasce com as mãos certas.

Fig 2. Máscaras utilizadas na corrida do Entrudo de Góis.

Beatriz Ribeiro, Jéssica Coutinho, Mafalda Gonçalves, Ruben de Matos